Homem financiado por políticos para espalhar fake news no Piauí é preso
A Polícia Civil do Piauí, por meio da Delegacia de Repressão a
Crimes de Informática (DRCI), com apoio da Diretoria de Inteligência da
Secretaria de Segurança Pública (DINTE/SSP), deflagrou a fase ostensiva da
Operação Fake News na quinta-feira, 15 de abril, com o cumprimento de um
mandado de busca e apreensão em Teresina.
No início de 2020 foram instaurados Inquéritos Policiais para
apurar crimes contra a honra (calúnia, difamação) praticados contra autoridades
públicas no Piauí em redes sociais (Facebook e WhatsApp). Dentre as vítimas
iniciais havia o Governador do Estado, Secretários de Estado, Deputados
Estaduais, Prefeitos e pré-candidatos a Prefeito. Com o avanço do trabalho
policial a DRCI observou indícios de que os ataques partiam de um mesmo
investigado, e possivelmente estariam sendo financiados com recursos públicos.
Surgiram como vítimas, no curso da investigação, o então Juiz
eleitoral de Valença, uma vereadora e um pré-candidato a prefeito dessa mesma
cidade. Com afastamento de sigilo bancário e colaboração do Tribunal de Contas
do Estado - TCE, se demonstrou que o investigado, autor direto dos crimes,
recebia recursos, sem licitação ou contrato prévios, da Prefeitura de Valença,
durante o período de execução dos crimes.
Segundo o Delegado Anchieta Nery,
titular da DRCI, “O investigado responsável por disseminar as agressões nas
páginas e perfis falsos confessou a prática em interrogatório policial,
afirmando que os ataques às autoridades de Valença tinham como mentor o então
Secretário de Governo da cidade, em 2020. Quanto aos ataques a líderes dos
partidos PT e PR em Teresina, o investigado afirmou ter sido contratado por um marqueteiro
do Ceará, que atuava para um partido adversário destes nas eleições da capital,
também em 2020.”
Segundo a autoridade policial, a confissão do investigado foi
corroborada por elementos de prova técnica colhidos no Inquérito Policial
(afastamento de sigilo bancário e de dados).
Nesse sentido, novas diligências
serão realizadas para delinear a participação de demais pessoas nos crimes.
Segundo o delegado Anchieta Nery, "a quantidade de perfis e grupos em
redes sociais manipulados pelos investigados com objetivo de manipular a
opinião pública com objetivos eleitoreiros caracteriza verdadeiro ato
atentatório à democracia", explica.
"A Polícia Civil alerta à população em geral que crimes cometidos em meio virtual, como quaisquer crimes, são passíveis de responsabilização e a Instituição tem o conhecimento técnico e ferramentas necessárias para a realização da investigação policial", avisa o titular da DRCI.
Fonte: G1Pi
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